segunda-feira, 31 de julho de 2017
Desenvolvimento Embrionário - Embriologia - Prof. Paulo Jubilut
Segue um vídeo do Prof. Paulo Jubilut que nos mostra a embriologia de uma forma descontraída. Esse vídeo me ajudou muito para a melhor compreensão da Embriologia.
A vida de Mendel
Gregor Mendel nasceu em 1822, em Heinzendorf, na Áustria.
Era filho de pequenos fazendeiros e, apesar de bom aluno, teve de superar
dificuldades financeiras para conseguir estudar. Em 1843, ingressou como noviço
no mosteiro de agostiniano da cidade de Brünn, hoje Brno, na atual República
Tcheca.
Após ter sido ordenado monge, em 1847, Mendel ingressou na
Universidade de Viena, onde estudou matemática e ciências por dois anos. Ele
queria ser professor de ciências naturais, mas foi mal sucedido nos exames.
De volta a Brünn, onde passou o resto da vida, Mendel
continuou interessado em ciências. Fez estudos meteorológicos, estudou a vida
das abelhas e cultivou plantas, tendo produzido novas variedades de maças e
peras. Entre 1856 e 1865, realizou uma série de experimentos com ervilhas, com
o objetivo de entender como as características hereditárias eram transmitidas
de pais para filhos.
Em 8 de março de 1865, Mendel apresentou um trabalho à
Sociedade de História Natural de Brünn, no qual enunciava as suas leis de
hereditariedade, deduzidas das experiências com as ervilhas. Publicado em 1866,
com data de 1865, esse trabalho permaneu praticamente desconhecido do mundo
científico até o início do século XX. Pelo que se sabe, poucos leram a
publicação, e os que leram não conseguiram compreender sua enorme importância
para a Biologia. As leis de Mendel foram redescobertas apenas em 1900, por três
pesquisadores que trabalhavam independentemente.
Mendel morreu em Brünn, em 1884. Os últimos anos de sua vida
foram amargos e cheios de desapontamento. Os trabalhos administrativos do
mosteiro o impediam de se dedicar exclusivamente à ciência, e o monge se sentia
frustrado por não ter obtido qualquer reconhecimento público pela sua
importante descoberta. Hoje Mendel é tido como uma das figuras mais importantes
no mundo científico, sendo considerado o “pai” da Genética. No mosteiro
onde viveu existe um monumento em sua homenagem, e os jardins onde foram
realizados os célebres experimentos com ervilhas até hoje são conservados.
Os experimentos de Mendel
A escolha da planta
A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao
mesmo grupo do feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo
sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual:
uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas
sementes.
Desde os tempos de Mendel, existiam muitas variedades
disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a
variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores
brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada com a que produzia
sementes rugosas, e assim por diante.
Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os
componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no
interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a
autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes com as
mesmas características das plantas genitoras.
A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou
diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele pretendia
estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura
sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo
ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou
sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no
caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem
e altura da planta.
Os cruzamentos
Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um
cruzamento diferente. Cortou os estames de uma flor proveniente de semente
verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta
proveniente de semente amarela.
Efetuou, então, artificialmente, uma polinização
cruzada: pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi depositado
no estigma de outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas
plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como a geração
parental (P), isto é, a dos genitores.
Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel
verificou que todas as sementes originadas desses cruzamentos eram amarelas – a
cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos descendentes híbridos
(resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1(primeira
geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde.
Chamou o caráter cor amarela da semente de dominante e o verde de
recessivo.
A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até
surgirem as plantas e as flores. Deixou que se auto fertilizassem e aí houve a
surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F2 (segunda geração
filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022
sementes amarelas para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1.
Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes não havia “desaparecido” nas
sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, uma
vez que, sendo um caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de
Mendel) pela cor amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era
determinada por dois fatores, cada um determinando o surgimento de uma cor,
amarela ou verde.
VV- semente amarela pura
vv- semente verde pura
Vv- semente amarela híbrida
Resultado: em F2, para cada três sementes amarelas,
Mendel obteve uma semente de cor verde. Repetindo o procedimento para outras
seis características estudadas nas plantas de ervilha, sempre eram obtidos os
mesmos resultados em F2, ou seja a proporção de três expressões dominantes para
uma recessiva.
terça-feira, 25 de julho de 2017
EMBRIOLOGIA II
Anexos Embrionários
Anexos Embrionários nas aves |
Os anexos embrionários são estruturas membranosas
extraembrionárias que surgem durante o desenvolvimento embrionário de alguns
animais vertebrados a partir dos folhetos germinativos. Existem cinco tipos
principais de anexos embrionários: o saco vitelínico, o âmnio, o alantoide, o
córion e a placenta.
O saco vitelínico é uma estrutura formada a partir do
mesoderma e endoderma, que envolve o vitelo, participando, assim, do processo
de nutrição do animal em desenvolvimento. Essa membrana é a primeira a ser
formada e está ligada diretamente ao intestino do embrião. Apresenta-se bem
desenvolvida em peixes, répteis e aves, entretanto é reduzida em mamíferos, nos
quais a placenta assume a função de nutrição. Nos peixes, apresenta-se como o
único anexo embrionário presente; e, em anfíbios, não é observado, uma vez que
o vitelo encontra-se no interior de células chamadas de macrômeros.
O âmnio é uma membrana formada a partir do ectoderma e
mesoderma que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos. Ele delimita a
chamada cavidade amniótica, a qual apresenta em seu interior o líquido
amniótico. Este possui como principais funções proteger o embrião contra
choques mecânicos e evitar a sua desidratação. Os animais que possuem essa
estrutura são chamados de amniotas, e os que não possuem, de anamniotas. Nos
mamíferos, a estrutura é conhecida popularmente como bolsa d'água.
O córion, também chamado de serosa, é uma membrana formada a
partir do mesoderma e ectoderma que recobre todo o embrião e os outros anexos
embrionários. Em répteis e aves, ela está localizada logo abaixo da casca do
ovo e atua, junto ao alantoide, nas trocas gasosas, além de proteger o embrião.
Nos mamíferos, essa estrutura origina a placenta.
O alantoide está presente em répteis, aves e mamíferos,
sendo formado a partir do mesoderma e endoderma. É uma membrana que está
relacionada com as trocas gasosas. Em répteis e aves, ele armazena o produto da
excreção do embrião, retira parte do cálcio da casca e transfere-o para o
esqueleto do animal em formação. Em mamíferos, apresenta-se pouco desenvolvido,
uma vez que a placenta é responsável por desempenhar o papel dessa estrutura.
A placenta também é um anexo embrionário, entretanto, essa
estrutura é exclusiva dos mamíferos, sendo formada normalmente pela interação
entre o cório e o alantoide. Sua função principal é estabelecer a troca de
substâncias entre a mãe e o filhote (através do cordão umbilical), possuindo,
portanto, a função de nutrição, respiração e excreção. Além disso, a placenta
também está relacionada com a função hormonal, produzindo progesterona. Não é
encontrada nos mamíferos que botam ovos, tais como os ornitorrincos.
Anexos Embrionários nos mamíferos (ser humano) |
segunda-feira, 24 de julho de 2017
Gastrulação
A blastocele desaparece, dando origem a uma estrutura denominada arquêntero, que se modificará em tubo digestório. O arquêntero se comunica com o exterior por uma estrutura denominada blastóporo. Este, em animais protostômios, dará origem à boca; e em deuterostômios, ao ânus, sendo a boca formada depois, na região oposta à desta estrutura.
Poríferos não possuem folhetos germinativos; cnidários possuem apenas o ectoderma e endoderma e são, por isso, denominados diblásticos. Todos os outros animais apresentam os três e, por isso, são considerados triblásticos.
Num estágio mais adiantado, a região dorsal da gástrula passa por um achatamento, formando a placa neural. A seguir, as células ectodérmicas das bordas multiplicam-se até recobrira placa organizando as cristas neurais. A placa neural, então, invagina-se de modo a formar a goteira ou sulco neural, que originara o tubo neural, onde se desenvolvera o sistema nervoso central do anfioxo. Esse estágio, com o tubo neural, é chamado nêurula e compreende o início da organogênese.
Poríferos não possuem folhetos germinativos; cnidários possuem apenas o ectoderma e endoderma e são, por isso, denominados diblásticos. Todos os outros animais apresentam os três e, por isso, são considerados triblásticos.
Num estágio mais adiantado, a região dorsal da gástrula passa por um achatamento, formando a placa neural. A seguir, as células ectodérmicas das bordas multiplicam-se até recobrira placa organizando as cristas neurais. A placa neural, então, invagina-se de modo a formar a goteira ou sulco neural, que originara o tubo neural, onde se desenvolvera o sistema nervoso central do anfioxo. Esse estágio, com o tubo neural, é chamado nêurula e compreende o início da organogênese.
Organogênese
Esta etapa compreende a formação dos órgãos que constituem o
animal a partir dos três folhetos germinativos ou embrionários.
Resumidamente, destacamos abaixo a evolução de cada um dos
três folhetos germinativos.
- Ectoderme- origina a epiderme e seus anexos, como pelos, unhas e glândulas. Origina também o encéfalo, a medula espinhal, os gânglios nervosos e os receptores sensoriais, além do revestimento da boca, nariz e ânus e o esmalte dos dentes.
- Mesoderme-origina a derme, as serosas, as cartilagens, os ossos, os músculos estriados (esqueléticos e cardíaco) e não-estriados (lisos) e os sistemas urogenital e cardiovascular.
- Endoderme- origina o fígado e o pâncreas e o revestimento da bexiga urinária e da uretra, do tudo respiratório e do tubo digestório, com exceção da boca e do ânus.
Lembrando que os órgãos do nosso corpo podem ser formados por tecidos originados de mais de um folheto embrionário. É o caso da pele humana, por exemplo. Esse órgão é basicamente constituído de duas porções: a epiderme e a derme. A epiderme é organizada pelo tecido epitelial (de origem ectodérmica) e a derme é formado de tecido conjuntivo (de origem mesodérmica). É também o caso de órgãos como o estômago e o intestino; esses órgãos possuem músculos de origem mesodérmica e são revestidos internamente por um epitélio de origem endodérmica.
*Importante ressaltar que é apenas a partir da gastrulação
que a célula começa a aumentar em seu tamanho!
Desenvolvimentos Embrionários
Após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, é formado o
zigoto, que passará por sucessivas etapas de divisões mitóticas e diferenciação
celular, até se formar um indivíduo propriamente dito. Esses eventos são
denominados embriogênese, ou desenvolvimento embrionário, e suas etapas são:
segmentação, gastrulação e organogênese.
Segmentação
As divisões que ocorrem durante a segmentação
denominam-se clivagens, e as células que se formam são chamadas blastômeros.
No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição
do vitelo no ovo determina diferenças na segmentação, menor a velocidade de
divisão. Em função disso, podemos considerar dois tipos básicos de segmentação:
Holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo;
Meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo.
Segmentação holoblástica
A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos
isolécitos (ou oligolécitos) e nos heterolécitos, e pode ser subdividida em
três tipos, com base no tamanho das células que se formam a partir da terceira
clivagem (quando muda o plano de divisão celular):
Holoblástica igual, na qual se formam, com a terceira
clivagem, oito blastômeros iguais; ocorre nos ovos alécitos e em alguns
oligolécitos (isolécito);
Holoblástica desigual na qual, os blastômeros pequenos,
denominados micrômeros, agrupam-se no polo animal ou superior e apresentam
pouco ou nenhum vitelo; já os blastômeros grandes, chamados macrômeros,
agrupam-se no polo vegetativo ou inferior e contem mais vitelo. Ocorre em todos
os ovos heterolécitos e em alguns oligolécitos;
Segmentação meroblástica
Devido à diferença na distribuição do vitelo, existem dois
tipos básicos de segmentação meroblástica: a discoidal e a superficial.
Na segmentação meroblástica discoidal, as divisões
ocorrem apenas na região da cicatrícula (região da célula sem vitelo),
formando-se um disco de células sobre a massa do vitelo. Esse tipo de
segmentação ocorre nos ovos telolécitos.
A segmentação meroblástica superficial ocorre nos
ovos centrolécitos. As células embrionárias ficam dispostas na superfície do
ovo. Ocorre nos ovos centrolécitos de insetos.
*Na espécie humana, a mórula, uma vez formada, é invadida
por um liquido que promove o deslocamento dos blastômeros para a periferia.
Forma-se, assim, a blástula ou blastocisto, estrutura que apresenta:
- Uma cavidade cheia de líquido, denominada blastocele;
- Uma camada celular constituída de micrômeros e macrômeros, denominada blastoderme.
EMBRIOLOGIA I
Tipos de Óvulos
Os óvulos podem ser classificados conforme o teor e a
distribuição de vitelo, a substância nutritiva utilizada pelo embrião durante
seu desenvolvimento.
Podem-se reconhecer quatro tipos básicos de óvulo:
oligolécitos, heterolécitos, telolécitos e centrolécitos.
Oligolécito (oligo = pouco; lecito =
vitelo), homolécito ou isolécito (homo ou iso =
igual) — possui pouco vitelo homogeneamente distribuídos e sua segmentação
é total ou holoblástica (holo = todo; blasto =
germe) e igual, pois origina uma mórula com blastômeros de tamanhos
aproximadamente iguais; são observados em poríferos, celenterados, equinodermos
e alguns mamíferos.
Heterolécito (hetero = diferente) - apresenta
quantidade de vitelo intermediária entre a dos ovos oligolécitos e telolécitos
(daí os outros nomes: mesolécito ou mediolécito) e
concentrada mais no polo vegetal ou vegetativo que no polo
animal (região superior); a segmentação é total e desigual, pois,
por ter menos vitelo, o polo animal divide-se mais rapidamente e produz células
menores e mais numerosas que as produzidas no outro polo; é o ovo de anfíbios,
de vários peixes e de alguns invertebrados (maioria dos moluscos, anelídeos,
peixes, anfíbios e platelmintos).
Telolécito (telo = ponta) ou megalécito (mega
= grande) - o núcleo e o citoplasma formam uma pequena gota sobre uma
quantidade enorme de vitelo (também chamado de gema, neste caso); a
segmentação é meroblástica (mero = parte) ou parcial e
discoidal – pois ocorre apenas no polo animal e forma um pequeno disco de
células (cicatrícula), encravado na gema; encontrados em répteis,
aves, certos peixes.
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